Quem é cirurgião-dentista sabe que anestesia mandibular é uma das mais utilizadas na prática odontológica. Por isso, vamos dar 10 dicas essenciais para anestesia mandibular, para que o procedimento seja feito da maneira correta e com o melhor resultado possível!

A anestesia mandibular é um tipo de anestesia de bloqueio, ou seja, que atingirá o nervo alveolar inferior, além do nervo bucal e do nervo lingual, caso a técnica seja executada corretamente.

Para dentistas ainda sem muita experiência clínica, a execução da técnica anestésica correta é essencial. Mas, além disso, algumas dicas são importantes para se obter um resultado excelente com esse tipo de anestesia.

Assim, para focarmos na importância dessa anestesia, vamos primeiramente falar de suas complicações. Depois, descreveremos 10 dicas essenciais para anestesia mandibular. Confira!

Complicações da anestesia mandibular.

As principais complicações decorrentes da anestesia mandibular são relacionadas a erros na técnica ou ainda, na avaliação do paciente.

É importante lembrar que a anamnese é sempre fundamental, para estudar possíveis reações alérgicas daquele paciente. Dessa forma, é essencial sempre perguntar se o paciente já foi anestesiado e se já apresentou alguma complicação.

Pacientes vítimas de traumas também não são bons candidatos a esse tipo de anestesia, visto que haverá dificultada na execução da técnica correta, pela ausência dos pontos anatômicos em suas posições originais (como o trígono retromolar, por exemplo).

Assim, o cirurgião-dentista pode ficar sem as referências adequadas, fazendo com que a técnica anestésica vire “um tiro no escuro”.

Outras possíveis complicações, diretamente relacionadas à técnica anestésica, são as seguintes:

  • Superdosagem do anestésico;
  • Hematoma;
  • Neuropatia;
  • Quebra da agulha.

Essas possíveis complicações são evitadas quando há o cálculo correto da dose máxima do anestésico, em função do tipo de anestésico e peso do paciente.

Já as demais complicações estão relacionadas à inexperiência e técnica anestésica incorreta.

Portanto, é sempre bom revisar a técnica anestésica correta para anestesia pterigomandibular, levando em consideração os pontos anatômicos a serem usados como referências.

Técnica anestésica ideal da anestesia pterigomandibular.

Para a técnica anestésica ideal, é importante que o dentista encontre os pontos de referência para essa anestesia.

O trígono retromolar ou trígono pterigomandibular é uma estrutura localizada ao final da região oclusal inferior, formado pela incisura coronoide e pela rafe pterigomandibular.

Posicione a agulha posterolateralmente, cerca de 1 cm acima do plano oclusal inferior, inserindo-a no trígono pterigomandibular. Mantenha a angulação da carpule na mesial do primeiro pré-molar inferior do lado oposto. 

Introduza a agulha longa e você sentirá o osso. Essa é a posição correta, na angulação certa. Observe o anestésico, se não há refluxo de sangue. Caso isso ocorra, remova a carpule e troque o tubete anestésico, pois você atingiu um vaso sanguíneo.

Lembre-se de movimentar a agulha para anestesiar o nervo bucal, mais para lateral.

Você também pode optar pela técnica indireta ou de três posições, em vez de já partir para a técnica direta, caso tenha menos experiência.

Dicas essenciais para anestesia mandibular.

1 – Posicione o paciente corretamente na cadeira

Muitas vezes, o dentista não se preocupa com a ergonomia do procedimento, menos ainda como o posicionamento errado do paciente na cadeira odontológica pode fazer com que o procedimento anestésico não ocorra perfeitamente.

Portanto, lembre-se de colocar o paciente na angulação correta, em relação ao solo, para visualizar as estruturas anatômicas de interesse. E assim, você aumenta as chances do procedimento anestésico ser correto.

2 – Use anestésico tópico

Um procedimento muitas vezes descartado pelo cirurgião-dentista é o uso do anestésico tópico. Mas, para o paciente, a aplicação do anestésico tópico, além de contribuir para a anestesia local, também tem efeito psicológico.

Os pacientes costumam ficar mais calmos após a aplicação do anestésico tópico. E quanto mais calmo seu paciente estiver, maiores chances de sucesso do procedimento anestésico você vai ter.

3 – Tenha calma na injeção do anestésico

Na hora que for injetar o anestésico, faça-o lentamente. A injeção lenta do anestésico causa menos dor ao paciente.

4 – Aguarde o anestésico fazer efeito após a aplicação

Mais um erro bastante comum de alguns dentistas: executar a técnica anestésica e acreditar que, no mesmo segundo, o nervo alveolar inferior já estará anestesiado.

Após a injeção do anestésico, o ideal é aguardar de 5 a 10 minutos, com o paciente calmo e relaxado, para que a anestesia comece a fazer efeito.

Quanto mais apressado você for nesse quesito, mais poderá achar que precisa usar mais anestésico, quando só precisava aguardar um pouco para o efeito começar.

5 – Não faça tentativa e erro

Se você não tem certeza da técnica anestésica, estude e não fique injetando anestésico quando a técnica não estiver correta.

Afinal, com a técnica errada, você precisará de uma dose maior de anestésico, algo desnecessário e não atingirá o resultado esperado.

6 – Escolha a agulha correta para o procedimento

Lembre-se que para a anestesia pterigomandibular, você pode utilizar uma agulha longa. Já para anestesias infiltrativas, você pode optar por agulhas curtas ou longas, conforme a preferência.

Lembre-se que os calibres 25 e 27 são preferíveis.

7 – Converse com seu paciente

Um dos grandes traumas de muitos pacientes pode ser em relação à anestesia. Portanto, converse com seu paciente antes, durante e depois do procedimento anestésico. Isso ajuda a relaxar e aumentar a taxa de sucesso.

8 – Saiba a dose máxima permitida

Lembre-se que todo anestésico possui um certo grau de toxicidade. Portanto, é essencial saber a quantidade máxima permitida para cada anestésico, sempre ficando abaixo do limite máximo.

9 – Após o procedimento terminar, oriente seu paciente

Quando você termina o atendimento clínico do paciente, oriente-o a respeito da duração da anestesia e que o paciente não deve mastigar enquanto a boca ainda estiver anestesiada.

Alimentos gelados, como sorvete, por exemplo, aceleram o processo de término do efeito anestésico e são geralmente recomendados, após alguns procedimentos odontológicos.

10 – Use seringa carpule descartável

E por último, quando você usa a seringa carpule descartável Jetclean, você não tem preocupações em relação à biossegurança do seu instrumental.

Com ela, basta colocar o anestésico e a agulha e pronto! A seringa já vem esterilizada, sendo, inclusive, bem mais leve.

E com uma seringa carpule mais leve, certamente seu procedimento será bem mais fácil de ser executado!

Com essas 10 dicas essenciais para anestesia mandibular, seus pacientes agradecerão como o procedimento será bem-sucedido e com incômodo mínimo a eles.