A anestesia de crianças pode representar um desafio a qualquer profissional. Afinal, as crianças têm bocas menores e nem sempre colaboram positivamente com o atendimento.
É sabido que as crianças não nascem com medo de dentista, mas o medo do dentista é um sentimento muitas vezes motivado pelos próprios pais, que não tiveram uma boa experiência com a Odontologia e acabam incutindo esse medo em seus filhos.
Portanto, é preciso trabalhar o lado emocional da criança, tendo muita calma e paciência ao atender os pequenos.
Além disso, o uso da anestesia em Odontopediatria é essencial, pois o correto controle da dor, pelo profissional, torna o atendimento tranquilo e sem sustos.
Vamos conferir 10 dicas precisas e eficientes sobre anestesia em Odontopediatria, para facilitar o atendimento desses pequenos pacientes. Confira!
1 – Realize uma boa anamnese
Parece chover no molhado, mas a anamnese é fundamental em qualquer atendimento. Quando se trata de crianças então, é essencial.
Somente com uma boa anamnese que o profissional terá conhecimento da saúde da criança, bem como se ela tem alguma alergia.
Se a criança a ser atendida já tomou anestesia, é sempre importante perguntar como foi e explicar como será o procedimento, caso ela nunca tenha sido anestesiada.
2 – Considere os aspectos psicológicos
Um bom procedimento de anestesia em odontopediatria também leva em conta os aspectos psicológicos da criança que será atendida.
Ou seja, entender o que a criança sente, demonstrar empatia, são fatores essenciais. A presença do medo pode ser preponderante em qualquer tratamento em odontopediatria, portanto, esclareça as dúvidas do seu paciente, para que a criança sinta segurança em ser submetida ao tratamento, além de sua importância e necessidade.
3 – Escolha correta da agulha
Como a cavidade bucal da criança é menor, o profissional precisa utilizar as melhores ferramentas para realizar o seu trabalho. Na odontopediatria, geralmente é recomendo o uso de agulhas curtas e até extracurtas e será bem vinda uma seringa que seja amigável e que não cause medo na criança.
4 – Não mostre a agulha para a criança
Essa é uma dica que os profissionais que já atenderam crianças sabem: não mostre a agulha da anestesia para a criança.
Há crianças que estão seguras e se comportam muito bem, até verem a agulha acoplada à seringa carpule. A partir desse ponto, o comportamento muda e o estresse e o medo tomam conta do consultório. A simples visualização da agulha já detona o gatilho do medo.
5 – Escolha a técnica adequada
Quando se trabalha em odontopediatria, uma das técnicas anestésicas mais utilizadas é a técnica infiltrativa. Porém, vale lembrar que crianças mais velhas já possuem um osso mais compacto na região inferior, portanto, pode ser necessário usar uma técnica de bloqueio.
Embora alguns profissionais acreditem que somente a técnica infiltrativa deva ser utilizada, é melhor fazer uma técnica de bloqueio bem-feita, do que insistir com várias tentativas de anestesia infiltrativa, sobretudo com crianças mais velhas.
6 – Faça uso de anestésico tópico
A anestesia tópica, em forma de creme, alguns inclusive com sabor, é uma boa maneira de se iniciar a técnica anestésica. Apesar de alguns profissionais acreditarem que essa técnica não seja eficaz em efetivamente aliviar a sensação da punção, ela representa um aspecto psicológico positivo.
A criança pode se sentir mais cuidada quando há aplicação da “pomadinha” no local onde será feita a punção.
7 – Escolha corretamente o anestésico
No mercado existem diversas opções de anestésicos, mas que podem ser classificados conforme o sal anestésico (lidocaína, prilocaína, articaína e mepivacaína são os mais comuns) e seus vasoconstritores.
A escolha deve ser sempre feita em função da duração do anestésico, bem como em relação a sua toxicidade.
8 – Saiba a quantidade máxima de tubetes a serem aplicados
Para qualquer paciente, mas especialmente com atendimentos a crianças, temos que saber a quantidade máxima de tubetes anestésicos que podem ser aplicados.
A base sempre é o peso do paciente e isso é variável conforme o tipo de anestésico escolhido, levando-se em conta a quantidade máxima antes de começar o procedimento de anestesia, justamente para atuar sempre dentro da margem de segurança e evitar complicações anestésicas.
A dose máxima por peso conforme o anestésico é o vasoconstritor utilizado a que segue.
- Articaína: 7 mg/kg;
- Lidocaína sem vasoconstritor: 4,4 mg/kg;
- Lidocaína com vasoconstritor: 6,6 mg/kg;
- Mepivacaína: 6,6 mg/kg;
- Prilocaína: 6 mg/kg.
A fórmula para o cálculo do número máximo de tubetes é a seguinte.
Número de tubetes = Dose máxima por kilo (conforme a tabela acima), dividida pela Quantidade (em mg) no tubete do princípio anestésico
Portanto, uma criança com 25 kg, a ser submetida a um procedimento com anestesia utilizando Lidocaína com vasoconstritor (que possui 36 mg de princípio anestésico em um tubete), teremos a seguinte conta:
- 6,6 x 25 kg = 165
- 165/36 = 4,5
Dessa forma, essa criança poderá ser anestesiada utilizando como quantidade máxima 4,5 tubetes.
9 – Tenha calma e vá injetando a solução anestésica lentamente
Quem tem bastante experiência atendendo crianças sabe que uma das melhores táticas é assim que fizer a punção, já ir aos poucos injetando lentamente a solução anestésica.
Isso faz com que a anestesia ocorra de maneira mais suave.
10 – Escolha uma carpule diferenciada
Uma boa forma de reduzir o estresse da criança é utilizar uma carpule com design diferenciado e não o modelo de metal, grande, que pode gerar mais estresse ainda.
A JetClean é uma carpule com design moderno, diferenciada e que pode auxiliar bastante quando for atender crianças, pois a visão da JetClean pela criança, não é agressiva e produz menos estresse que o modelo tradicional de metal.
Assim, essa é uma boa opção para você que constantemente atende crianças.
Conclusão
A anestesia em odontopediatria é um procedimento fundamental para que o atendimento da criança corra de forma tranquila e eficaz.
Com essas dicas, certamente você conseguirá ter mais êxito e tranquilidade no atendimento de crianças.